O RACISMO
As origens do racismo mergulham nas noites da pré-história em que o homem experimentava por qualquer outro homem, estranho ao seu clã, uma estrema desconfiança.
O racismo é a doutrina que afirma, de algum modo, por meio da violência ou por meio da lei, a superioridade inerente de certas raças humanas e o direito da sua supremacia.
É a teoria que tende a preservar a unidade de uma determinada raça numa nação, chegando ao absurdo científico e histórico de admitir uma « raça eleita ».
Cabe referir que se chama raça humana ao conjunto de homens que, tendo em comum um património hereditário, uma grande homogeneidade de caracteres biológicos transmissíveis aos seus descendentes.
Pelo contrário, entende-se por racismo a doutrina que admite, como específica, a existência de raças substancialmente diferentes, no âmbito da espécie humana, e considera as suas particularidades como factores essenciais da história, fundando nelas o direito das raças, supostas como superiores, no dominio sobre as outras.
O racismo nasce do egoísmo e tende a dominar pela força.
Os racistas afirmam : há homens superiores a outros homens, não por qualidades ou virtudes, mas por nascimento e características físicas; há homens considerados inferiores por nascimento e condição social e educação.
Uma declaração destas, contrária à razão, embora defendida, algumas vezes, por pseudo filósofos e pseudo cientistas, não é admitida pelas Religiões com dimenções universalistas. O racismo doutrinal exalta as peculariedades, os aspectos exteriores e genéricos do indivíduo, o que é, sem dúvida, contrário ao mais autêntico espírito religioso, que é o espírito do amor e fraternidade entre os homens.
Não é possivel amar a quem tenha por ojectivo máximo humilhar-nos.
A meu ver, qualquer doutrina de superioridade fundada na diferenciação da raça, cor ou religião, não só é degradante e desumana, como também é cientificamente falsa, socialmente injusta, moralmente condenável e, sobretudo, contrária aos desígnios de Deus, que criou o homem.
Assim, pode dizer-se que a prática discriminatória adoptada, onde quer que seja, em nome de qualquer prin´cipio, constitui, indubitavelmente, um sério obstáculo às relações amigáveis e pacíficas e só serve para quebrar a coexistência harmoniosa das pessoas nessa mesma sociedade.
Por Mahomed Icbal Daud
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